sexta-feira

O palco de Barack Obama


Celebra-se por estes dias o primeiro aniversário da tomada de posse do presidente norte-americano, Barack Obama.

Em Janeiro do ano passado achei curioso este título adiantado pela RTP:

“Ensaio para a tomada de posse de Barack Obama”

O cabeçalho da notícia seguia:

“O cão que as filhas de Barack Obama vão ter poderá ser português!

Enquanto não se sabe qual será o cão escolhido, vão-se ultimando os preparativos para a cerimónia da tomada de posse e Washington assistiu a um ensaio geral da cerimónia.”

A parte que me interessou naquela notícia não foi, manifestamente, a presença portuguesa na casa branca, seja através do cão, da pulga do cão ou de um possível jardineiro, assessor, etc.

Foi aquele título - “ensaio para a tomada de posse”. Como corolário, vieram-me logo à mente certas palavras: encenador, actores, guião, bilheteira, representação, entretenimento para o público, palco, cenário – teatro!

Parecia que uma peça de teatro se ia estrear naquele dia 20 de Janeiro de 2009, no maior palco do mundo – USA. Em cena, o novo actor principal e ainda outros actores secundários, entre os quais alguns republicanos que lá estavam e que permaneceram.

Os bilhetes, a 25 dólares para as arquibancadas, esgotaram-se num 1 minuto, “...mas pouco tempo depois, os bilhetes podiam ser encontrados em sites de leilões como o eBay a mais de 300 dólares.

...Cerca de 2 milhões de pessoas são esperadas em Washington para a posse de Obama.”

Nas campanhas eleitorais (ainda em 2008) McCain disse que Obama se sentia como “O escolhido”.

Antes de uma candidatura e das eleições, o encenador faz uma escolha do próximo actor principal. Se este não segue o guião que lhe é dado, o encenador tira-lhe o papel e fica fora de cena (como aconteceu com JFK).

Aqui não importa o partido, pois todos eles são escolhidos pelo mesmo encenador. Depois disso o povo vai votar no escolhido, porque senão não teríamos uma democracia como cenário desta peça teatral...

Diz-se por aí em “off” que as campanhas do republicano George Bush e do democrata John Kerry (ambos, membros de uma mesma ordem secreta), bem como a campanha de Clinton foram financiadas pela mesma organização – The Order of Skull & Bones.

Isto é tão curioso como Karl Marx ter sido correspondente e analista político de Horace Greeley, dono do NEW YORK TIMES e este mesmo Greeley ter financiado a publicação do Manifesto Comunista com mais uns quantos na Inglaterra. Curioso também é observar que, tanto os ideais de Hitler como as do comunismo tiveram as suas raízes na filosofia em Hegel e que foram financiados por homens influentes da mesma ordem.

A esquerda e a direita ou democratas e republicanos foram e são financiadas pelo mesmo encenador e nesta nova peça parece-me que se escolheu em 2008 um candidato oponente mais fraco (tipo McCain e Sarah Palin) para se ter a certeza que “o escolhido” ia mesmo ganhar. O povo precisa(va) ir às urnas para legitimar “o escolhido”, mesmo que ele não tenha a maioria dos votos.

Reagindo ao clamor desse mesmo povo, oprimido pela aritmética de um modelo financeiro putrefacto, urgia um novo Moisés, uma nova esperança e o encenador teve isso em conta.

O encenador sabe ler a sociedade e fazer a história que ainda virá. Republicanamente no seu cadeirão, traça o nosso caminho e, qual estátua da liberdade empunhando a tocha do iluminismo, faz questão de nos guiar no meio desta escuridão provocada rumo ao mesmo – escravidão. Escravidão necessária para se perpetuar o palco onde os actores possam por os seus pés.

Mas, como se pode constatar, esta peça não é mesma que se passou no antigo Egipto. Não há e nem haverá a desejada libertação do povo por parte de Obama. Neste seu primeiro aniversário já recebeu uma prendinha de Massachusetts e o que aí vem, mais uma vez, não irá ao encontro do clamor do povo.

Já não chamo a isto de teatro. Chamo antiteatro. Anti, não com o sentido de “contrário”, mas com o sentido do que procura “imitar” um modelo de libertação que foi verdadeiro e transparente.

O que escrevi não é real, porque só nos teatros é que se ensaia para representar, para o povo ser bem entretido!

Publicado em:


http://www.bravanews.com/?c=123&a=2373

http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=26826&idSeccao=527&Action=noticia

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